quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Só...

Durante o dia encontramos amigos, rimos de pessoas curiosas e de situações curiosas. Durante o dia, o calor do sol, nos mantém um afago que por momentos faz esquecer-nos da dor previamente sentida. Durante o dia, tudo se mantém belo, as cores são vivas, os corpos suados e os corações alegres. Durante o dia, é como se nada mais importasse na vida, tudo o que precisas está ali, banhado pela alegria que o sol traz. Até mesmo o desconforto que acompanha o calor é apenas uma breve situação embaraçosa, que logo após uma bela mulher passar, não importará mais.
Mas quando vem a noite, a solidão torna-se a única companheira. É quando percebemos a falta que o dia nos faz. É quando chega à noite, que mais corremos o risco de ficarmos malucos. É quando chega à noite que nossos pensamentos tornam-se insanos. A falta de um carinho, a cama vazia, a televisão como única forma de som, em uma casa banhada pelo silêncio de um coração sem amor. É quando chega à noite, que fica ainda mais evidente o quão frágil é o ser humano. Quando chega a noite, todos demonstram a faceta individual e egoísta, envolvendo-se numa cama de sonhos e desejos, esquecendo-se dos solitários. Somente quando chega à noite é que nos lembramos, somos SÓ.

Zépaulo Castro

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